Hoje em dia, a maioria das pessoas vive na correria. A facilidade dos meios de comunicação e a “incessante busca” pelos prazeres “anunciados na TV”, freqüentemente confundidos com felicidade, contribuem significativamente para frustrações e estresses diários.

Em meio a tudo isso, seguimos em nossa vida, sempre tentando fazer alguma coisa útil durante o nosso tempo disponível, sempre com a sensação de que falta tempo e sobram atividades...sempre atrasados com alguma coisa. Alias, se tivéssemos mais tempo poderíamos até parar por alguns instantes e pensar em prioridades. Ah, como seria bom!

O que há de errado com esse quadro cada vez mais comum nos dias de hoje?

Parece que as pessoas vivem às voltas com coisas completamente fora do seu controle (aliás, essa sensação é um dos principais fatores de estresse).

Será que isso é, ou tem de ser, realmente assim? Será que não é possível viver a vida de forma tranqüila, feliz, com grande paz de espírito e, ao mesmo tempo, trabalhando no máximo de desempenho profissional?

Gerenciamento de tempo, na verdade, deveria ser chamado de gerenciamento de vida. Digo isso porque o domínio dessa competência significa ter maior controle sobre a sua vida, decidir sobre o que fazer com o seu tempo, fazer o que realmente interessa, ter prazer e eficiência, tudo sempre na direção dos seus objetivos.

Aliás, esse é exatamente o principio básico de gerenciamento de tempo: use o seu tempo em atividades que estão diretamente ligadas com os seus valores de vida ou naquelas que o ajudarão a atingir as suas metas.

Por exemplo, um dos seus valores de vida pode ser a compaixão, e uma das suas metas profissionais pode ser, nesse momento de sua carreira, a promoção ao cargo de gerente de divisão. Usar parte do seu tempo em trabalhos comunitários é uma boa estratégia, pois está de acordo com o seu valor “compaixão”. Isso trará prazer e satisfação pessoal, aumentando sua energia e expectativa positiva em outras áreas. Do mesmo modo, usar parte do seu tempo fazendo um curso noturno de administração (por exemplo), mesmo que você deteste assistir aulas, é também um excelente investimento do seu tempo, pois contribuirá para a sua meta de ser selecionado como gerente.

A questão fica complicada quando tudo parece prioridade. “Eu tenho tantas coisas para fazer! Tudo é prioridade! Como decidir o que fazer e o que deixar?”.

Inicialmente, observe que qualquer atividade pode ser classificada dentro de uma das quatro categorias:

1. Importantes e urgentes

2. Importantes e não urgentes

3. Não importantes e urgentes

4. Não importantes e não urgentes

Mas, o que são atividades importantes?

Simples, são as atividades que satisfazem o principio básico citado acima.

Aí, você poderia perguntar: e o lazer, como fica?

Na verdade, o lazer é uma atividade importante, visto que, em equilíbrio com as atividades profissionais, promove uma saudável variação de temas e ambientes que é essencial para manter a saúde e a performance em alto padrão. Em doses adequadas, contribui para as suas metas!

Agora, voltando às categorias descritas acima, note que a maioria das pessoas tende a usar seu tempo “apagando incêndios”, cuidando apenas dos itens urgentes, sem se preocupar se esses itens são importantes ou não para as suas metas. Assim, acabam resolvendo as prioridades de todo mundo, menos as próprias! Isso é muito comum.

Por quê? Qual a causa disso?

Ocorre que a maioria das pessoas também nunca parou para pensar, sincera e seriamente, quais são os seus valores de vida e quais são as suas metas! Por incrível que pareça, tem muita gente que entra naquela “deixa a vida me levar” e não sabe nem responder o que gostaria de ganhar de presente no próximo aniversário! Ou seja, essas pessoas não sabem o que é importante ou não, confundindo “urgência” com “importância”.

Assim, ao invés de reclamar da falta de tempo e ficar correndo de um lado para o outro com a cara fechada e preocupada, gerando inúmeras frustrações e estresses, primeiro sente-se e defina os seus valores e objetivos de vida.

Aí, com referência nesses parâmetros, determine o que é importante ou não entre as suas atividades.
Depois, dedique boa parte do seu tempo nas atividades importantes e NÃO urgentes. Em segundo lugar, percentualmente falando em termos de tempo, dedique-se nas atividades importantes e urgentes. Simplesmente não aceite atividades não importantes e urgentes. Finalmente, marque data e hora (início e fim) para resolver assuntos não importantes e não urgentes. Você notará que, através desse procedimento básico, gradualmente as atividades urgentes serão reduzidas, permitindo maior controle da sua rotina e maior paz de espírito.